LITERATURA BRASILEIRA
Textos literários em meio eletrônico
Edição de Referência:
Sermões , Padre Antônio Vieira, Erechim: Edelbra, 1998.
SEGUNDA PARTE
Dedicada
No Panegírico da Rainha Santa
Ao sereníssimo nome
Da princesa N. S. D. Isabel
EM LISBOA
Na Oficina de MIGUEL DESLANDES
E à sua custa, e de Antônio Leite
Pereira, Mercador de Livros.
M. DC. LXXXII
Com todas as licenças e privilégio
Real.
LICENÇAS
DO ORDINÁRIO
Podem-se imprimir estes sermões do Padre Antônio Vieira. E depois tomarão, para se dar licença para correrem. E sem ela não correrão. Lisboa 7 de fevereiro de 1682.
Serrão
DO PAÇO
Que se possa imprimir, vistas as licenças do Santo Ofício e Ordinário. E depois de impresso tornará à Mesa, para se taxar e conferir. E sem isso não correrá. Lisboa, 22 de fevereiro de 1682.
Roxas
Lamprea
Rêgo
Noronha
Visto constar da folha atrás estar este livro conforme com seu original, pode correr. Lisboa, 24 novembro 1682.
Manoel Pimentel de Souza
Jerônimo Soares
João da Costa Pimenta
Manoel de Moura Manoel
Fr. Valério de S. Raimundo
Bento de Beja de Noronha
Pode-se correr. Lisboa, 25 de novembro 1682.
Serrão
Taxam este livro em doze tostões. Lisboa, 24 de novembro de 1682.
Roxas
Basto
Rêgo
Lamprea
Noronha
APROVAÇÃO DO M. R. P. M.
Fr. JOÃO DE DEUS, da Seráfica Ordem de S. Francisco, Qualificador do Santo Ofício, etc.
Vi este livro, que contém os Sermões do P.
Antônio Vieira, da Companhia de Jesus, de vários assuntos, pregados em várias
partes, e geralmente aplaudidos em
todas. E entre as
agudezas deste grande pregador, não há coisa contra nossa Santa Fé ou bons
costumes.
S. Francisco da Cidade, 17 de
janeiro de 1682.
Fr. João de Deus
APROVAÇÃO DO M. R. P. M.
Fr. TOMÉ DA CONCEIÇÃO, Qualificador do Santo Ofício, etc.
Vi esta Segunda Parte dos Sermões do P. Antônio Vieira, da Companhia de Jesus, pregador de S. Alteza. Em nenhum deles achei coisa alguma contra nossa Santa Fé, ou bons costumes, e me parecem digníssimos da licença que se pede, para que, por meio da estampa, se comunique a todos a fecundidade de tão fundo e claro engenho. Carmo de Lisboa, em 3 de fevereiro de 1682.
Fr. Tomé da Conceição
APROVAÇÃO DO M. R. P. M.
Fr. JOÃO DA MADRE DE DEUS,
provincial que foi da Província de Portugal, da Seráfica Ordem de S. Francisco, pregador de S. Alteza, Examinador das Três Ordens Militares, e hoje digníssimo Arcebispo da Bahia, etc.
SENHOR
Manda-me V. A. que veja a Segunda Parte dos Sermões do P. Antônio Vieira, da sagrada religião da Companhia de Jesus, digníssimo pregador de V.A., havendo-me já concedido a honra de o informar com o meu parecer sobre a impressão do primeiro tomo. E é esta a primeira ventura que segunda vez se repetiu; As suas obras são em tudo tão iguais, que o mesmo juízo que se fez de umas, se deve fazer de todas. E se se lhes pode notar diferença, é a que se acha nas veias das minas, que, quanto mais abertas, dão a prata mais acendrada e o ouro mais puro. Eu os li com gosto igual à admiração com que este máximo pregador é venerado em todas as partes do mundo por oráculo de todos os pregadores. Ordinariamente os sermões lidos são menos agradáveis do que ouvidos, porque lhes falta no papel aquela alma que o espírito dá às palavras, e com que as vozes acompanham as ações. Porém neste papel estão tão animadas as palavras, e tão viva a eloqüência, que lhes dá tanta vida a pena, como lhes tinha dado a boca. A linguagem tersa, sem afetação, os conceitos sentenciosos, sem artifício, a eloqüência fecunda, sem demasia, tudo tão ajustado às leis de um grande orador, que, em reduzi-lo a termos praticáveis, é este orador tão singular, que Deus o fez primeiro. E não sei quando fará o segundo! Unir o eloqüente com o sentencioso é felicidade de que só pode presumir sem vaidade o Pe. Antônio Vieira, pois admirando a fama repartidas, em Túlio a eloqüência, e em Sêneca as sentenças, vemos nele juntos o sentencioso de um Sêneca, e o eloqüente de um Túlio. Disse Filo Hebreu que Abraão entre os eteus foi respeitado por seu príncipe, porque não usava de palavras que fossem vulgares, mas de razões que pareciam divinas: Honorabantur eum quasi suum principem, neque enim sermonibus utebatur vulgaribus, sed divinitatem quandam praese ferentibus. Nascendo bem a dívida deste respeito ao autor destes sermões, pois estilo, razões e conceitos, tudo é tão sobre ao que tem chegado o humano, que se deixa conhecer neles com singularidade uma influência divina. Salomão repetidas vezes avaliou as letras em maior preço que o ouro: Omne aurum in comparatione illius arena est exígua. E assim, se fora consultado sobre a impressão destes sermões, creio que havia de ser de parecer que, ao menos, se deviam imprimir com letras de ouro. Eu digo o que ele havia de dizer. V. A., como príncipe tão sábio, mandará o que for mais servido mandar. S. Francisco da Cidade, 26 de fevereiro de 1682.
Fr. João da Madre de Deus
LICENÇAS
DA RELIGIÃO
Eu, Antônio de Oliveira, da Companhia de Jesus, provincial da Província do Brasil, por comissão especial que tenho de nosso muito Reverendo Padre João Paulo Oliva, prepósito geral, dou licença para que se possa imprimir este livro da Segunda Parte dos Sermões do P. Antônio Vieira, da mesma Companhia, pregador de S. A. O qual foi revisto, examinado e aprovado por religiosos doutos dela, por nós deputados para isso. E em testemunho da verdade, dei esta subscrita com meu sinal, e selada com o selo de meu ofício. Dada na Bahia, aos 30 de junho de 1681.
Antônio de Oliveira
DO SANTO OFÍCIO
Vistas as informações, pode-se imprimir a Segunda Parte dos Sermões do Padre Antônio Vieira, conteúdos nesta petição, e depois de impressos, tornarão para se conferirem e dar licença que corram. E sem ela, não correrão. Lisboa, 4 de fevereiro de1682.
Manoel Pimentel de Sousa Fr. Valério de S. Raimundo
Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Lingüística