LITERATURA BRASILEIRA
Textos literários em meio eletrônico
Soneto de José Basílio da Gama
Edição de referência:
Obras Poéticas de Basílio da Gama, org. de Ivan Teixeira.São Paulo: EDUSP, 1996.
XI
SONETO
A TUPAC AMARU
AO INCA QUE NO PERU ARMANDO ALGUMAS
TRIBOS DECLAROU GUERRA AOS ESPANHÓIS
E POR ALGUM TEMPO OS DEBELOU
Dos curvos arcos açoitando os ares
Voa a seta veloz do índio adusto;
O horror, a confusão, o espanto, o susto,
Passam da terra, e vão gelar os mares.
Ferindo a vista os trêmulos cocares,
Animoso esquadrão de Chefe Augusto,
Rompe as cadeias do Espanhol injusto
E torna a vindicar os pátrios lares.
Inca valente, generoso Indiano!
Ao Real sangue, que te alenta as veias,
Une a memória do paterno dano.
Honra as cinzas de dor, de injúrias cheias,
Qu'inda fumando a morte, o roubo, o engano,
Clamam vingança as tépidas areias.
Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Lingüística