Fernão da Silveira, Coudel-mor

Poeta, coudel-mor na corte portuguesa. Segundo o DGLAB: "Filho do Doutor João Fernandes da Silveira, que foi o 1.° barão de Alvito e escrivão da puridade de D. Afonso V, cargo que legou ao filho. Este importante poeta satírico e repentista teve morte e vida muito mais agitadas do que as do seu homónimo coudel-mor. Entrou na conspiração do duque de Viseu contra D. João II, em 1484, e fugiu então para a Espanha, tendo vivido algum tempo na corte espanhola, onde também versejou. Acabou por fugir para França, mas a crueldade de D. João II achou meio de o mandar assassinar em Avinhão, em 1489. É também referido pela alcunha de "o Moço". São, pois, deste autor todos os versos assinados por Fernão da Silveira, são do "Bom" os firmados por "coudel-mor" ou "Fernão da Silveira, o coudel-mor". Filho do Fernão da Silveira conspirador é João da Silveira, poeta satírico largamente representado no Cancioneiro. Foi capitão-mor na Índia durante o reinado de D. João II. Martinho da Silveira. irmão deste Fernão da Silveira, 3.º filho do barão de Alvito, está representado no Cancioneiro com poucas composições, mas uma delas muito célebre e importante: trata-se de uma carta em verso a Simão Correia, enviada de Arzila, sátira impiedosa contra o comportamento dos cavaleiros portugueses nas expedições africanas. Há ainda mais três poetas palacianos descendentes do barão de Alvito: Diogo Lobo, João Lobo e Rodrigo Lobo."

in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. I, Lisboa, 1989