Pedro de Coimbra; D. Pedro de Portugal; Condestável Dom Pedro


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  • Poeta. Segundo o DGLAB: "Filho primogénito do infante D. Pedro, duque de Coimbra, e de D. Isabel de Urgel, filha de Jaime II, último conde de Ur­gel. Durante o período da regência de seu pai (1439-1449) foi-lhe conferido o título de Condestável do Reino, prova­velmente em 7 de Janeiro de 1443, e pouco depois o de governador da Ordem Militar de Avis. Após a batalha de Al­farrobeira (1449), em que seu pai perdeu a vida, foi obrigado a refugiar-se em Castela. Aí permaneceu de 1449 a 1456. Neste último ano regressa a Portugal, no momento em que D. Afonso V inaugura uma política de conciliação entre as várias facções aristocráticas, sendo reconduzido no cargo do mestrado da Ordem de Avis. No fim do ano de 1463, quando se encontrava com D. Afonso V em Ceuta, foi abordado pelos representantes da Generalidad de Catalunha que lhe pediram que chefiasse a revolta contra D. João II de Aragão, uma vez que o trono catalão se achava vago por renúncia de Henrique IV de Castela. D. Pedro aceita o comando e parte de Ceu­ta para Barcelona, aonde chega em 21 de Janeiro de 1464. Enfrenta aí reveses militares, diplomáticos e políticos, aca­bando por se sentir um «intruso». D. Afonso V destituiu-o do cargo do mestrado de Avis. D. Pedro, sem recursos financeiros e sem ajuda, adoece subitamente com uma tuberculose, falecendo em Granol­lers, perto de Barcelona, em 29 de Junho de 1466. Dom Pedro possuia uma biblioteca com mais de noventa volumes e manifestou desde cedo uma propensão para a criação literária. Os contactos que havia tido, antes do seu exílio, com os nobres de Castela, em 1445, onde estanciou cerca de três meses, permitiram-lhe conhecer alguns escritores, como Juan de Mena, amigo de seu pai. Data de então o seu conhecimento com D. Iñigo López de Mendoza, o cé­lebre Marquês de Santilhana, que o escolhera como desti­natário da sua Carta e Prohemio sobre a arte poética e os géneros literários. Durante o seu exílio em Castela, manteve relações de amizade com Juan de Mena e com Martin de Ávila. A Satira de felice e infelice vita teve uma versão portuguesa, entre 1445 e 1449, e a sua tradução castelhana foi feita possivelmente entre 1450 e 1453. Trata de um amor intenso que o autor sente por uma dama desconhecida, cujos atributos de beleza e perfeição moral se coadunam com os do modelo feminino en­tão vigente no tempo. As Coplas del menosprecio e con­tempto de las cosas fermosas del mundo, redigidas de 1453 a 1455, tiveram uma grande popularidade. Há refe­rências a uma suposta edição portuguesa, mas só se conhe­ce a de Saragoça (1490). Em 1516 são publicadas as Coplas no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, mas erronea­mente atribuídas a seu pai, o infante D. Pedro, tendo tido posteriormente outras edições. O Cancioneiro inclui ainda quatro cantigas sob o nome de «El-rei D. Pedro». Foi o primeiro português a usar o castelhano como língua literária e, segundo Manuel de Faria e Sousa que asseverou ter sido o Condestável Dom Pedro o primeiro a escrever sonetos em Portugal, terá também sido ele o introdutor no nosso país do novo estilo italiano, mais de meio século antes de Sá de Miranda. A Tragedia de la Insigne Reyna Doña Isabel, a obra mais ambiciosa de Dom Pedro, composta em prosa e verso, iniciada em 1456 ou princípios de 1457, foi terminada em Portugal em Maio ou Junho de 1457. Dedicada a seu irmão D. Jaime, que foi cardeal em Roma e morreu em 1459, constitui um la­mento do poeta ou elegia pela morte da sua irmã, D. Isa­bel, a esposa de D. Afonso V, tomando como modelo a Comedieta de Ponça, do Marquês de Santilhana, e inspi­rando-se na estrutura e na forma da Consolação da Filosofia, de Boécio. Sonhos, presságios, mensageiros e a figura simbólica de um ancião, que o consola com a filoso­fia do estoicismo cristão, são os principais elementos de uma composição onde punge uma emoção sentida. O gé­nero de tragédia, assumido no título, diferente do que hoje lhe demos, revela uma conceituação mais ampla e original da que lhe havia atribuído vinte anos antes o Marquês de Santilhana, mestre do Condestável, e mostra uma leitura directa e aturada de Bocaccio, Boécio, Séneca e ou­tros mais. A Tragédia foi dada a lume, pela primeira vez, por D. Carolina Michaëlis de Vasconcelos, em 1899, e ree­ditada, em forma de volume, em Coimbra, em 1922."

    Centro de Documentação de Autores Portugueses 

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TitleGenreYear

TitleWriter(s)Year

Beginning yearEnding yearDescription
14151580Expansão marítima portuguesa
14551455Impressão da primeira Bíblia


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