[trovador anónimo de Santarém]


Information about the writer

  • Full name: [trovador anónimo de Santarém]
  • Birth: XIII - Santarém, Portugal
  • Decease: XIII
  • Description:

    Poeta. O sítio Cantigas medievais galego-portuguesas traz: "Autor desconhecido, mas identificável pelas repetidas referência que faz a Santarém, nas três cantigas que lhe podem ser atribuídas, transcritas pelo Cancioneiro da Ajuda (e apenas por ele). Sabemos que a série é de um mesmo autor porque as cantigas aparecem precedidas por uma iluminura e seguidas por uma lacuna, sendo o folio seguinte novamente encimado por uma iluminura. Segundo as regras deste cancioneiro, as três cantigas serão, pois, da autoria de um trovador bem determinado, cujo nome, infelizmente, desconhecemos (uma vez que este cancioneiro não inclui rubricas atributivas).

    As referências a Santarém indicam-nos ainda que estamos perante um autor que, ou seria originário da região, ou nela se teria eventualmente estabelecido. Não tendo maneira de sabermos com exatidão de quem se trataria, damos, no entanto, em seguida, algumas sugestões das personagens que, biográfica e cronologicamente, poderiam enquadrar-se neste perfil.

    Assim, um Gonçalo Martins, trobador de Santarém, é mencionado num documento da chancelaria de D. Dinis a propósito da ligação de uma sua filha, Maria Pires, com o trovador João Velho de Pedrogães (trata-se da carta de legitimação do filho desta união). Não se conhecendo nenhuma cantiga deste Gonçalo Martins, note-se, no entanto, que um homónimo é referido numa tenção entre Garcia Peres e Afonso X. Será, pois, Gonçalo Martins este anónimo de Santarém?

    Também em Santarém se fixou o filho do trovador Martim Soares, João Martins, sempre designado, em todos os documentos que o citam, como trovador (sem que nenhuma composição sua tenha chegado até nós). Sabemos que já era adulto em 1269, pelo que poderia talvez ter integrado a recolha da Ajuda.

    Uma outra hipótese ainda, a de este anónimo de Santarém ser o trovador Estêvão Raimondo (de quem não nos chegaram cantigas de amor), poderá igualmente ser colocada. Neste caso, ela apoia-se não só no facto de, biograficamente, conhecermos as ligações do trovador a esta cidade, onde casou, e onde aparece a assinar vários documentos, mas também na sua colocação na secção das cantigas de amigo dos apógrafos italianos, a qual parece indicar ter vivido em época similar à de alguns dos trovadores que rodeiam as cantigas de amor do anónimo de A. Note-se, no entanto, que esta última proposta de identificação tem ainda a fragilidade de não podermos garantir, com segurança, que o Estêvão Reimundo dos apógrafos italianos é, efetivamente, Estêvão Reimundo de Portocarreiro (a quem pertencem os dados biográficos referidos).

    De resto, e quanto à donzela cantada nas cantigas, acrescente-se que o irmão de D. João Peres de Aboim, D. Estêvão Peres de Aboim, casou em Santarém com uma D. Ximena Soares de Alfanje. Embora a cronologia e o contexto sejam plausíveis, será talvez arriscado identificar taxativamente esta dama, ou alguma das suas irmãs, com a donzela cantada por este trovador. Seja como for, Carolina Michaelis, que também já aponta para esta hipótese nas páginas do seu inesgotável Cancioneiro da Ajuda, sugere ainda que o próprio D. Estêvão de Aboim poderia ser o nosso autor."

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