Frei Cláudio da Conceição


https://literaturabrasileira.ufsc.br/_images/writer.png

Information about the writer

Description

  • Religioso, sermonista. Segundo a DGLAB, "Padre franciscano da província de Santa Maria da Arrábida, exerceu, no Patriarca do de Lisboa, os cargos de definidor e de examinador sinodal; pregador régio, foi nomeado, por Decreto de D. João VI, de 3 de Julho de 1823, cronista-mor do reino, cargo que exerceu até 1833. Com a abolição das ordens religiosas, em 1834, passou ao estado de egresso, tendo morrido alguns anos depois, mas antes de 1840. Inimigo ferrenho dos liberais era, naturalmente, da facção de D. Carlota Joaquina e do seu Sereníssimo filho, o Senhor D. Miguel. Nessa qualidade, Frei Cláudio desdobrou-se em escritos, o mais das vezes não assinados, que publicava ora a propósito das festas religiosas que iam ocorrendo à roda de Lisboa, nomeadamente junto das residencias reais, como Ajuda e Queluz, ora com o mesmo título e periodicidade regular, como O Braz Corcunda (12 folhetos entre 1821 e 1823) ou Os Jesuítas Julgados no Tribunal da Razão (9 folhetos em 1830). Em 1822, foi o grande propagandista, e há quem diga que encenador, do aparecimento de uma imagem da Senhora da Conceição junto à ribeira do Jamor, em Carnaxide: Nossa Senhora da Conceição da Rocha, como lhe chamou, que graças às suas Memórias sobre o «prodígio raro», as primeiras das quais não assinou, se transformou na padroeira da contra-revolução. Foi também o grande animador das festas e procissões da Senhora da Nazaré na capela real de Queluz, quando ali residia D. Carlota Joaquina. Em 1828, foi um, e o mais activo, dos numerosos padres que «assistiram» na cadeia do Limoeiro aos nove estudantes de Coimbra condenados à morte e executados sob a acusação de terem assaltado uma deputação da Universidade e da Sé daquela cidade que ia ao beija-mão do Senhor Dom Miguel. Frei Cláudio escreveu, a propósito, uma Memória em que descreve toda a caridade com que os réus foram tratados até à execução da sentença e o milagre, que logo atribuiu à Senhora da Conceição da Rocha, de um deles, não sendo baptizado, o ter confessado, implorando que o baptizassem antes de morrer, para o que foi devidamente preparado pelo arrábido. Milagre que viria a ser desmentido por um outro frade, ainda mais feroz absolutista do que Frei Cláudio, o célebre Frei Fortunato de São Boaventura, numa verrinosa Contra-Memória que teve duas edições e na qual prova ter sido o estudante baptizado em seu devido tempo, ou seja, logo após o nascimento. A obra principal do frade arrábido é o Gabinete Histórico, em 17 volumes, publicada entre 1818 e 1831. Nela trata dos principais factos e notícias históricas da monarquia, começando «desde as origens dos Lusitanos até quase ao fim do reinado d'el-rei D. José» (1775). Inocêncio concede que a obra possa ser de algum proveito para os estudiosos «apesar do tédio que inspira a má disposição, e confuso método seguido pelo autor, as suas faltas de crítica e exame no que assevera, e até o estilo mais que desalinhado e defeituoso de que se serviu.» Neste Gabinete Histórico (volume XII), Frei Cláudio da Conceição publica o «catálogo completo» das suas obras – 71 ao todo e até então. Trata-se na sua grande maioria de pequenos folhetos de quatro páginas, com cânticos, louvores, novenas, etc., que muitas vezes se repetem. Para além dos trabalhos já citados, destaque-se ainda, da sua autoria: Memória do que Aconteceu ao Santo Milagre de Santarém, pela Invasão dos Franceses em 1810 (1811); Memória da Prodigiosa Imagem da Senhora do Cabo, 2 vols. (1817); Oração Fúnebre nas Exéquias do Visconde de Santarém (1818); Memória de uma Lapa, Descoberta em 28 de Maio de 1822 na ribeira do Jamor (1822) [Sobre este tema e com algumas variantes nos títulos e no conteúdo publicou vários folhetos, em Lisboa e no Porto, entre 1822 e 1825]; Memória Histórica da Enfermidade... Morte e Funeral do Senhor D. João VI (1826); Memória do Jubileu do Ano Santo (1826); Memórias dos Escravos do Santíssimo Sacramento do Convento da Mealhada (1827); Memória do que Aconteceu na Cadeia do Limoeiro com os Nove Réus Estudantes de Coimbra (1828). Em 1824 publicou um folheto destinado a angariar dinheiro e subscrições para uma obra que projectava publicar sob o título de Crónica da Casa dos Vinte e Quatro, folheto que logo recebeu violenta e trocista crítica de José Agostinho de Macedo. E, ou pela crítica ou por falta de subscritores, o certo é que a obra não chegou a ser publicada."

Source(s) of data

TitleTranslatedClassificationYear

Beginning yearEnding yearDescription
18221822Independência do Brasil
17891799Revolução Francesa
17831783Brasil Colônia: Luis da Cunha Meneses toma posse da Capitania de Minas Gerais
17881788Brasil Colônia: Luís da Cunha Meneses deixa o Governo de Minas Gerais
17921792Inconfidência Mineira: enforcamento de Tiradentes, em 21 de abril
18241824Política: D. Pedro I outorga a primeira Constituição brasileira
18251825Portugal e Inglaterra reconhecem a independência do Brasil
18081808Brasil Colônia: chegada da família real portuguesa ao Brasil
18081808Economia: abertura dos portos brasileiros ao comércio livre
18151815Brasil Colônia: o Brasil é elevado a Reino Unido de Portugal e Algarves
18231823Conflito: Guerra da Independência na Bahia
18081808Criação da Imprensa Régia no Brasil
17821782Brasil Colônia: Tomás Antônio Gonzaga chega a Vila Rica
17851785Brasil Colônia: a Coroa Portuguesa aumenta os impostos sobre o ouro nas Minas Gerais
18241824Confederação do Equador
18261826Política: instalação da primeira Assembléia Geral Brasileira
18251828Conflito: Guerra Cisplatina
18071807Pressão francesa para ruptura da aliança entre Portugal e Inglaterra
18071807Invasão de Portugal por tropas de Napoleão
18081808Cultura: instalação da Biblioteca Real no Hospital da Ordem Terceira do Carmo, Rio de Janeiro
18081808Fundação do Arquivo Nacional
18111811Cultura: inauguração da Biblioteca Real no Rio de Janeiro
18201820Revolução do Porto
18211821Regresso de D. João VI a Portugal
18211821Abolição da Inquisição portuguesa apesar da manutenção da censura
18211821Regulamentação da liberdade de imprensa no Brasil
18281828Criação do Supremo Tribunal
18081808Economia: permissão da instalação de fábricas e manufaturas no Brasil (1 de abril)
18101810Cultura: decreto de regulamentação do teatro no Brasil
18141814Proibição da posse e leitura das Fábulas de Jean de La Fontaine, traduzidas por Francisco Manuel do Nascimento
18171817Proibição da circulação em Portugal e seus domínios do jornal Correio Braziliense, de Hipólito José da Costa
18181818Compra da biblioteca do arquiteto José da Costa e Silva pelo governo português e sua incorporação à Biblioteca Real (RJ)
18211821Abertura, no Rio de Janeiro, da Tipografia de Moreira Garcez e da Nova Oficina Tipográfica, quebrando o monopólio da Impressão Régia no Brasil
18251825Os governos de Buenos Aires e britânico firmam um tratado contra o tráfico de escravos
17941794A Convenção Francesa aprova a abolição da escravidão em suas colônias
17891789Política: Ocorrem as primeiras eleições presidenciais nos Estados Unidos
18161816Toda família Bonaparte é afastada da França por lei do governo francês
18271827O Peru, que fazia parte da Colômbia, declara a sua independência
15001822Período Colonial no Brasil

Comments