Source: https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Querino
Manuel Raimundo Querino (Santo Amaro, 28 de julho de 1851 – Salvador, 14 de fevereiro de 1923) foi um intelectual afrodescendente, aluno fundador do Liceu de Artes e Ofícios da Bahia e da Escola de Belas Artes, pintor, escritor, abolicionista e pioneiro nos registros antropológicos e na valorização da cultura africana na Bahia. De acordo com o historiador Henry Louis Gates Jr., Manuel Querino viveu e atuou numa época em que se defendia abertamente o "branqueamento" do Brasil enquanto política oficial de estado, visto que o pensamento dominante era o de que a cultura negra era inferior em relação à branca. Manifestações culturais como o Candomblé e a Capoeira eram, portanto, vistas como bárbaras e empecilhos da civilização. Nesse contexto, Querino defendeu que o "branqueamento" era desnecessário porque os africanos já tinham civilizado o Brasil, e que os negros eram capazes de realizar trabalhos sofisticados, ao contrário do que se pensava. Nesse sentido, Querino antecipou as ideias de Gilberto Freyre, que também foi uma voz intelectual que defendeu o valor da cultura negra no Brasil. Nas palavras da historiadora Wlamyra Albuquerque: "Querino dava ênfase ao papel do africano como civilizador" (...) "Achava que não havia necessidade de imigrantes brancos, pois o Brasil já tinha sido civilizado pelos africanos. Dizia que o trabalhador brasileiro era muito mais capacitado do que o estrangeiro para enfrentar os desafios da sociedade brasileira". Alcunhado 'o Vasari brasileiro', tem sido comparado com o historiador afro-estadunidense Carter G. Woodson e com o educador e líder afro-estadunidense Booker T. Washington.
Sem comentários. Para você comentar, faça o login!