O folheto ataca um artigo de Hipólito da Costa publicado no número 6 do Correio Braziliense, de janeiro de 1809, atacando o referido Antonio de Azevedo, Ministro das Relações Exteriores e da Guerra, pelo fato de este não ter informado ao Príncipe Regente sobre a proximidade de Lisboa pelo exército francês.
Segundo Hipólito, o autor do texto era um médico português que servira de espia no exército de Loison [Dourado, op. cit., t. I, p. 310] ?
O autor do texto afirma que a princípio julgou Hipólito “agitado de um ardor indiscreto”, mas decidiu publicar o panfleto depois que lhe escreveu uma carta em defesa do ex-ministro que não foi respondida. Indaga-se qual poderia ser “o motivo da omissão do papel que lhe remeti para reivindicar o crédito de Antonio de Araujo” e ataca Hipólito dizendo que a sua “alma fraca e venal” não pôde resistir a 400 libras esterlinas “que ainda lhe conservam os braços paralíticos!” [Provas da falsidade e injustiça com que o editor do Correio Braziliense intentou desacreditar Antonio de Araujo de Azevedo, e algumas reflexões acerca desse jornal oferecidas aos seus leitores (Lisboa: Nova Oficina de João Rodrigues Neves, 1810), p. 16].
Duas coisas a se observar neste caso: primeira, o panfleto é dos primeiros, entre muitos, a acusar Hipólito de se deixar subornar; e segunda, o fato de que mesmo depois de ser comprovado seu erro quanto às acusações feitas a Antonio de Azevedo, o Correio Braziliense não se retrata.
PROVAS da falsidade e injustiça com que o editor do Correio Brasiliense intentou desacreditar Antonio Araujo de Azevedo e algumas reflexões acerca desse jornal, oferecidas aos seus leitores. Lisboa, Portugal: Nova Oficina de João Rodrigues Neves, 1810.
