LTAB - Literatura traduzida do Alemão no Brasil
RILKE, Rainer Maria. Elegias de Duíno.Translation from Dora Ferreira da Silva. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ; Porto Alegre, RS; São Paulo, SP: Editora Globo, 2001.
Source: https://pt.wikipedia.org/wiki/Elegias_de_Duino
As Elegias de Duino (em alemão: Duineser Elegien) são uma coleção de dez elegias escritas pelo poeta boêmio-austríaco Rainer Maria Rilke (1875-1926). Rilke, que é "amplamente reconhecido como um dos poetas em língua alemã mais intensamente líricos", começou a escrever as elegias em 1912, enquanto convidado da princesa Marie von Thurn e Taxis (1855 a 1934) no castelo de Duino, perto de Trieste, no mar Adriático. Os poemas, com 859 linhas no total, foram dedicados à princesa após sua publicação em 1923. Durante esse período de dez anos, as elegias permaneceram incompletas por longos períodos de tempo, pois Rilke sofria frequentemente de depressão grave — algumas das quais foram causadas pelos eventos da Primeira Guerra Mundial e por sua conscrição para o serviço militar. Além de breves episódios de escrita em 1913 e 1915, Rilke só voltou ao trabalho alguns anos depois do fim da guerra. Com uma inspiração repentina e renovada — escrevendo em um ritmo frenético, que ele descreveu como "uma tempestade sem limites, um furacão do espírito" — ele completou a coleção em fevereiro de 1922, enquanto permanecia no Château de Muzot, em Veyras, no Vale do Ródano, na Suíça. Após a publicação, em 1923, e a morte de Rilke, em 1926, as Elegias de Duino foram rapidamente reconhecidas por críticos e estudiosos como seu trabalho mais importante. As Elegias de Duino são poemas místicos, intensamente religiosos, carregados de expressões de beleza e crise existencial. Eles empregam um rico simbolismo de anjos e salvação, mas não de acordo com as interpretações cristãs típicas. Rilke começa a primeira elegia em uma invocação do desespero filosófico, perguntando: "Quem, se eu gritasse, me ouviria entre as hierarquias dos anjos?" (Wer, wenn ich schriee, hörte mich denn aus der Engel Ordnungen?) e depois declara que "todo anjo é aterrorizante" (Jeder Engel ist schrecklich) Embora rotular esses poemas como "elegias" tipicamente implique melancolia e lamentação, muitas passagens são marcadas por sua energia positiva e "entusiasmo desenfreado". Juntas, as Elegias de Duino são descritas como uma metamorfose do "tormento ontológico" de Rilke e um "monólogo apaixonado sobre a aceitação da existência humana" a respeito "das limitações e insuficiências da condição humana e da consciência humana fraturada [...] a solidão do homem, a perfeição dos anjos, vida e morte, amor e amantes, e a tarefa do poeta". A poesia de Rilke, e as Elegias de Duino em particular, influenciaram muitos dos poetas e escritores do século XX. Na cultura popular, seu trabalho é frequentemente citado sobre o tema do amor ou dos anjos e mencionado em programas de televisão, filmes, música e outras obras artísticas, na filosofia e teologia da Nova Era e em livros de auto-ajuda.
